O que se passa aí dentro enquanto você está navegando?
Refletir sobre os impactos das telas nas nossas emoções pode ser bússola para lidarmos melhor com as telas.
Se a gente vai no piloto automático, não nos damos conta de que também podemos transformar nossa experiência na internet: a gente tem um papel ativo na construção dessa relação. Para nos apropriarmos dessa ideia, começa hoje a jornada de bem-estar digital #ainternetqueagentefaz, um caminho para trilharmos junt@s. E nada melhor do que começar olhando pra dentro. Vamos tirar o dia para, enquanto estivermos online, observarmos como nos sentimos? Que emoções se sobressaem, como você as sente não só na sua mente, mas também no seu corpo? Cada emoção vem para te dar uma informação muito valiosa sobre a sua experiência online (vale até anotar o que surgir). Após perceber como você se sente, é hora de sair do automático e listar como você gostaria de se sentir. Porque o bem-estar online, assim como tudo na vida, não tem receita. Você tem que criar o seu jeito de estar por aqui. Tudo começa pela reflexão: o que te deixa mais feliz quando você está online?
Dizer que vou dar só uma olhadinha / Perder a noção do tempo e passar horas online
E quando é para ser só uma olhadinha que se transforma em horas rolando a tela? Vamos refletir de que forma estamos usando o nosso tempo online?
Clube das pessoas que pegam o celular para dar aquela olhadinha e só se dão conta do quanto passou rolando o feed depois de um bom tempo... Quem nunca, né? O problema é que nessa relação quase inconsciente a gente vai deixando o piloto automático dominar o que fazemos online, quanto tempo passamos por aqui, o que consumimos… Além das habilidades que podemos desenvolver, existem algumas estratégias de controle externo e interno que nos auxiliam nessa jornada. Algumas delas são:
- Uso intencional: para desenvolver intencionalidade no seu uso de telas, considere responder três perguntas para você mesmo sobre o seu tempo online:
1) "Pra quê?" - Qual é a finalidade de navegar nesse momento? O que eu gostaria de fazer durante esse tempo?
2) "Por que agora?"- Por qual razão estou escolhendo este momento para dedicar às telas? De fato estou com disponibilidade de tempo?
3) "O que mais eu posso fazer?"- Se a sua intenção de uso ainda não for nítida, que tal se questionar sobre quais outras atividades, fora das telas, você pode desempenhar?
E aqui vale o lembrete: se encontrar objetivos específicos (buscar informações, interagir com amigos, criar conteúdo, rir de memes), siga em frente. Se não (o que é que eu tô fazendo aqui mesmo?), que tal achar outras coisas para fazer? Esse é um convite para sair do automático e talvez se desconectar um pouco.
- Usando as ferramentas a seu favor:
Outra dica essencial é utilizar as ferramentas de controle de uso das redes sociais ao seu favor. Na aba "Sua atividade" do Instagram, por exemplo, é possível ter informações sobre seu uso diário e estipular limites de tempo por meio de lembretes. Nas "Configurações de notificação", você pode desativá-las para ajudar no controle de tempo de uso do app. Uma ferramenta recente é a "Take a break", que te estimula a dar pausas após um tempo predefinido no app.
Já no Facebook, a ferramenta "Seu tempo" também mostra o tempo médio por dia que você passa usando o aplicativo em seu dispositivo. Para ver seu tempo no Facebook, basta seguir os passos:
- Em uma Página do Facebook, toque em ≡.
- Toque em Configurações e privacidade.
- Toque em Seu tempo no Facebook.
Lembretes de tempo diários
Nas redes do Meta (Instagram e Facebook) é possível definir um lembrete que informa o tempo que você passou online. Para definir esses lembretes em ambos os aplicativos, basta seguir o passo a passo:
- Toque em Configurações e privacidade e selecione "Tempo".
- Toque em Definir lembrete de tempo diário.
- Escolha uma quantidade de tempo.
- Toque em Definir lembrete.
A felicidade tá na conexão
Do que é feita a nossa felicidade quando estamos online?
Muito já foi pesquisado sobre o impacto do uso de redes sociais na nossa felicidade. Alguns estudos trazem uma novidade interessante: para ser mais feliz online é menos sobre o tempo que você passa nas redes, e mais sobre como você passa seu tempo nas redes. Um uso passivo, só scrollando sem comentar ou criar nada costuma levar a momentos de comparação e, consequentemente, pode nos deixar mais infelizes. Já o uso ativo, em que você busca se conectar, usar as redes como ponte para interações, pode aumentar nosso bem-estar. Ufa! No fim de cada dia, veja como você se sente. Se tá mais pra baixo, para de rolar a tela sem pensar e experimenta buscar conexão com você e com quem te faz bem — da forma que for – e veja o que acontece.
Você é o que você consome, inclusive na internet
Se na internet a gente é o que a gente consome, como podemos consumir conteúdos de maneira mais saudável?
Você já parou para pensar sobre a qualidade do conteúdo que consome online? O que consumimos na rede impacta diretamente a forma como estamos, ou seja, a nossa saúde mental, a forma como elaboramos as nossas emoções e também a maneira como nos relacionamos com outras pessoas. Como começar a melhorar essa relação? Nós apostamos em três reflexões essenciais:
1) Que tipo de sentimentos e sensações cada conteúdo ou perfil desperta em mim? Qual é a origem desse sentimento?
2) O meu feed e os meus hábitos refletem quem sou e o que eu gosto ou servem de gatilho para comparações e emoções mais difíceis?
3) Tenho usado as ferramentas a meu favor? Unfollow, block, silenciar e filtros de comentários, assim como uma curadoria mais ativa – seguir conteúdos que se conectam comigo, hashtags que me interesso e perfis que me inspiram?
Sempre lembrando que muitas coisas influenciam nossa experiência online. Esses tópicos são apenas alguns exemplos do que podemos aprimorar. Refletir sobre a qualidade dos conteúdos que consumimos é o primeiro passo para uma vida digital mais saudável.
Será que é justo comparar os seus bastidores ao palco dos outros?
A comparação nos rouba a capacidade de reconhecer os esforços dos bastidores. Que tal refletir sobre isso?
Não tem jeito, a gente se compara mesmo. E as redes sociais acabam aprofundando esse hábito tão comum. Os estudos mostram que talvez o problema esteja em quando a gente faz isso sem nem perceber. Começar a olhar para esse hábito é como a gente começa a lidar melhor com ele. Mas como podemos começar esse processo? Algumas dicas de autoconhecimento e potencialização do bem-estar online podem ajudar:
Entenda onde ressoa:
É preciso entender – e mapear – quais conteúdos podem ser gatilhos de comparação para você. Vale se fazer três perguntas: 1) Quais tipos de conteúdo me afetam negativamente? 2) Quais são as sensações decorrentes deles? 3) Como posso evitar esses conteúdos?
Uma ferramenta ao seu favor:
É importante saber que existem muitas ferramentas online que ajudam a minimizar uma comparação que seja negativa para você. A ferramenta de silenciar, por exemplo, auxilia que você não veja mais determinados conteúdos de perfis específicos, sem que seja preciso bloquear.
Um feed que acolha:
Que tal substituir a comparação pela inspiração? Construir um feed mais acolhedor é uma ótima estratégia. Para isso, você pode seguir perfis de pessoas mais diversas e que produzam conteúdos que ressoam positivamente nas suas emoções. Um bom raciocínio é pensar: eu gostaria de ter essa pessoa no meu ciclo de amigos?
Ser mais verdadeiro online e olhar para os outros com a consciência de que todos vivemos desafios pode nos fazer sair da dinâmica da disputa e criar um ambiente de inspiração – isso ajuda a fazer da internet um espaço melhor para todo mundo.
Mostre sua apreciação para quem faz a internet ser muito melhor.
A criação de conteúdo que inspira, o meme que faz rir, a iniciativa que muda toda a maneira que nos conectamos… Já pensou que todas as coisas boas que nós fazemos no digital partem dessa vontade de colocar um pouco de nós aqui, buscando conexão com mais gente?
Vamos criar a mudança que queremos ver na internet junt@s? Conta pra gente quem te inspira e também o que você sonha em criar ou protagonizar nas redes?
Refletir sobre o nosso protagonismo nos ajuda a imaginar novos caminhos para uma relação com o digital que seja mais humana, acolhedora e saudável. E tudo sempre começa com a nossa imaginação.